quinta-feira, 15 de maio de 2014

Por momentos...

Que dizer da minha noite? Nada, não me lembro de nada, nem de sonhos, nem de despertares. 
Dormi, penso que sonhei, que por momentos realizei desejos, conquistei ambições, fui o que não sou, o que nunca serei. 
Acreditei e ao acreditar fui feliz. Porque a felicidade, a verdadeira felicidade é acreditar, em nós, nos outros, na mudança das estações do ano, nas árvores que resistem a tudo até a nós, nos rios que por mais que lhes alteremos o percurso encontram sempre o caminho, o seu. Enquanto a humanidade continua na sua efémera eternidade em busca de um que lhe pertença.
Mas aqui, nesta noite, encontrei-o, penso que sim, porque acordei com aquela tranquilidade de quem teve a recompensa de um dia sôfrego de paz.
Acordei, espreguicei o olhar e apeteceu-me sorrir, abraçar o sol, moldar nas nuvens  palavras de alegria e depois caminhar sem destino ou sem saber, com um destino certo, aquele que me leva à noite, ao sonho, à felicidade de ser quem não sou, quem sabe, nunca serei, sem que isso me incomode, porque no fundo, bem lá no fundo sei que na realidade sou o meu sonho concretizado de uma forma ou de outra, esta jovialidade o que me dança no peito e que me faz ser o rio que encontra sempre o seu caminho através das curvas e arestas de cada margem da vida.

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