
Que
ainda acreditam numa humanidade mais humana. Que ainda acreditam num mundo
melhor. Que fazem o universo girar quando se levantam, que cumprem a suas
tarefas sem as deixar cair na rotina. Que ainda brincam com o olhar, que
desenham nuvens no céu da sua fantasia. Que caem e levantam-se, enxugam as
lágrimas e seguem, tentando esquecer a dor.
Para
quem a ingenuidade não é um defeito mas a capacidade de reaprender a vida sem
lhe fechar as portas, sem lhe bloquear as janelas do acreditar.
Que
descobrem novas formas de fazer o caminho quando ele se torna difícil de
prosseguir. Que encontram em cada momento negativo um lado positivo, que tentam
de novo, mesmo se tiverem de começar do zero, sem desistir, sem ceder à primeira contrariedade.
Que
sentem as dificuldades como desafios e tentam superá-los. Que valorizam mais o
prazer da vitória do que tristeza da derrota.
Para
os que ainda são assim, que saboreiam os sonhos que ainda conseguem sonhar acordados.
Que no dia 1 de Junho, despem a envergadura de ser adulto, libertam a
criança que há em si e sentem a entrar-lhes pela alma a vontade e o desejo de trocar alegremente meia
dúzia de compromissos por um momento de prazer à sombra de uma árvore, ou um
passeio à beira mar, de mão dada, talvez com outra criança que também se recusa
a crescer e a perder a capacidade de ser infantilmente feliz.
“Nunca ninguém conseguirá ir ao fundo de um
riso de criança, se conseguisse certamente encontraria lá o seu”.