Quando
é que a vida nos começa a entardecer? Ou seja quando é que se entra na velhice?
Esta pergunta é cada vez mais subjectiva, sobretudo com o claro aumento da
esperança média de vida, na Idade Média era-se velho aos 30 anos e hoje? Em
termos demográficos coloca-se a baliza nos 65 anos mas esta convenção tende a
dilatar-se. O Estado determina que a velhice oficial é marcada pela entrada na idade
da reforma, cujos limites também têm vindo a ser alterados. Biologicamente
considera-se que a mulher entra num processo de envelhecimento com o final da
sua capacidade reprodutora, mas e então a do homem será marcada pela andropausa?
Apesar de manterem ainda a sua fertilidade intacta?
A
verdade, dizem os cientistas, é que a velhice começa logo com o nascimento de
uma vida. Já ouvimos diversas vezes alguém referir-se a uma criança de 2 anos
como sendo mais velha que outra com apenas 1 ano.
Afinal
em que ficamos? No fundo a velhice é em grande parte um factor psicológico,
independentemente das doenças e das marcas do tempo que se desenham na pele,
“Os anos enrugam a pele, mas renunciar ao entusiasmo enruga a alma”.
Independentemente
da soma cada vez mais infinita de anos, “a velhice não se abate sobre nós de
repente avança lentamente”, dando-nos oportunidades de escolha. Podemos optar
por ficar prostrados vendo o tempo passar por nós, roubando-nos o ânimo ou
fazer de cada pequena dificuldade um grande desafio. Porque está também
comprovado que a velhice é um estado de espírito.
Por
isso em vez de denegrirmos a velhice, devemos
valoriza-la no que ela tem de melhor: a experiência vivencial, a sabedoria da
longevidade, porque só “a tarde conhece aquilo que a manhã nunca suspeitou”.