Meu blog ficou doente, apanhou um vírus.
A situação parecia grave e a ameaça de um final eminente tornou-se cada vez
mais presente. De repente vi-me perante a hipótese de desaparecer do espaço
cibernético, de me tornar uma poeira cósmica e por fim um vazio, uma escuridão
na web. Houve um silêncio quase sepulcral, uma ausência na alma, uma dor no peito.
Será que o céu dará pela minha falta?
Será que alguém notará a minha inexistência? Romanticamente quis supor que sim,
que cada palavra teclada encontrava algures, em alguém um significado idêntico ao
que me faz escrever, ao que me faz sentir.
Depois do pânico inicial, invadiu-me
uma embaladora tranquilidade, já não precisava cumprir a minha quase missão de
persistência, de desenhar caminhos, de construir pontes, de remar neste mar
solitário contra ondas e marés. Tudo isto na estranha ilusão de chegar a ti, de
te abraçar a alma, de te oferecer flores cujos espinhos vou retirando a cada
frase que se espraia de ternura. Porque é para ti, sempre e unicamente para ti
que escrevo na esperança de que cada parágrafo entre d mansinho na tua casa e
encontre nela um lar de emoções onde me possa aninhar, mesmo que a partindo no dia
seguinte, com as asas aberta que desenham no céu a promessa de um regresso, se
me abrires uma janela, algures num computador perto de ti.
Mas o meu blog ficou doente, uma
virose multirresistente a qualquer antibiótico. Só o tempo, a paciência e a expectativa
de que me esperas o curará…
P.S. O meu blog já está bom, livre de vírus
e cheio de vontade de voltar a “falar” contigo.