Einstein
não acreditava no “tempo” mas na intemporalidade, onde, em simultâneo,
coexistem o passado, o presente e o
futuro.
Como
se um dos nossos pés estivesse sempre preso ao que fomos, o outro ao que somos
e nesse mesmo instante, uma mão se
estendesse esperançosamente em direcção ao futuro.
Na
realidade o “tempo” não existe, fomos nós que o criamos, na nossa necessidade
de organizar, de arrumar, de catalogar cada momento da vida.
O
que existe é o (agora), um agora, sem horas,
sem dias, meses, anos, sem calendário. Um agora que é apenas o momento
em que o sentimos, que o vemos, em que o tocamos e tiramos dele algo de bom
para recordarmos, algo de doloroso para tentarmos esquecer mas que fica
guardado no “tempo”, como se ele fosse uma caixa onde arrumamos cada memória,
cada pedacinho da nossa história, cada retalho de nós.
E
o “tempo” vai passando, por vezes voando, por vezes demorando. E nós que também
temos o nosso “tempo”, acreditamos nessa sucessão de “agoras”, de instantes,
compostos de sol e chuva, de luz e sombra, de estrelas e de luar, de flores que
nascem, de folhas que caiem. Acreditamos
nesse marco que nos faz nascer e ser
cinzas do tempo. Precisamos desse conceito para um qualquer período a
que chamamos felicidade e que nos revela a insignificância da finitude perante a nossa intemporalidade.