Habituamo-nos
a esta certeza e isso dá-nos confiança. A garantia de que o caminho mais tarde
ou mais cedo ou mais tarde encontra o seu rumo.
Só temos que esperar, só temos
que deixar que a terra gire, que os mares ondulem, que as nuvens cinzentas
passem, que o sol volte a brilhar depois de cada nosso inverno, que as flores a
renasçam e desvende diante do nosso olhar uma nova Primavera.
Só
temos que ter as mãos abertas prontas para receber outras que se estendem para
nós, um coração de portas abertas para que entrem e se aninhem.
Não devemos inventar desculpas, levantar
dificuldades, sentir que há um rio, uma fronteira, um muro, entre nós e os
outros. Não devemos culpar o tempo, a ausência do momento, a chuva o vento, o relógio
que nos afasta.
Basta a vontade, para que asas se estendam e
cruzem os céus, basta a generosidade para que os braços se fechem num abraço,
basta o querer que libertará o sentimento. Basta ser rio e navegar até ao mar
da felicidade.