Porque
criamos blogues? Muitas podem ser as razões: Solidão, dar nas vistas, revelar o
nosso talento, para “gritar”
anonimamente aquilo que nos sufoca no peito, que nos revolta, que nos magoa e,
tantas, tantas outras razões.
Mas
sobretudo, porque precisamos de ser quem somos: “pelo passado sofrido, pelo
presente desiludido, pelo futuro desconhecido”. E nesta “rede” que em vez de
nos prender, nos liberta, abrimos o coração, revelamos o melhor e muitas vezes,
quem sabe, o pior de nós.
E
aos poucos, há uma catarse, as palavras tornam-se mais doces, as frases mais
suaves, os parágrafos mais ternos e as conclusões mais serenas.
Porque
então, só então, serenamos as nossas mágoas e suavizamos nossas feridas.
Talvez
um dia possamos voar por céus mais amplos, sem a finitude das marcas que a vida
nos foi depositando nas células da existência.
Talvez
um dia possamos contar histórias em que acreditamos, sobre os sonhos que temos esperança de poder realizar.
Nesse
momento o blogue deixa de nos pertencer, então, cortamos o cordão umbilical e
deixamo-lo conhecer outros horizontes, na esperança que voe para lugares onde
possa tocar o reino das emoções e aí criar pontes que ultrapassem a separação
das muitas margens que existem dentro e fora de nós.