Já
fui a tantos lugares. Novos, velhos, diferentes, iguais. Procurei em todos eles
um caminho, uma certeza. Procurei em todos eles a essência do que sou, mas não
me encontrei. Percorri-os com coragem, percorri-os com expectativas. Parti
cheia de esperança, cheguei carregada de desalento. Olhei cada lugar com olhos
de promessa,
Quis
que fossem o meu destino, que me construíssem, que me fizessem renascer.
Desenhei neles a sombra dos meus passos, mas, ao despedir-me desses lugares,
verifiquei que não ficava neles nada mais do que uma pegada de lembrança.
Já
estive em muitos lugares e depois de lá ter estado percebi que o único elemento
de semelhança em cada um deles, era o meu eu, perdido, algures nessa imensidão
de espaços. Eu, que me levei inteira, de sonhos, de memórias, de boas e más
histórias.
Estive
em muitos lugares, tantos que a certa altura todos eles me pareciam iguais. Fui
percebendo então que, não eram eles que eram iguais, nem sequer semelhantes,
eu é que ao chegar a cada um deles, permanecia tal como era, imutável no espaço e no tempo.
Por
fim parei, já não quero ir a outros lugares, porque vá para onde for,
continuarei aqui, dentro do meu existir a correr, em busca de uma saída, de uma
forma de ser feliz. E como essa felicidade não está em lugar algum, decidi construi-la
no peito, esse lugar que depois de ter viajado por tantos outros me fez
entender que o único que me realiza, que me concebe há tantos anos permanece afinal
em mim…
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