Eu
tento, juro que tento. Dobro e desdobro o mapa, viro-o para a esquerda e para a
direita, chego a perscrutar-lhe o verso e nada, não encontro esse lugar. Talvez
ele não exista como localização no mapa, talvez não esteja contido numa simples
folha de papel. Talvez quem elabora os mapas não saiba onde fica. Talvez e,
apesar da sua importância seja minúscula e sem aparente interesse.
Ainda
tentei investigar através das novas tecnologias, quem sabe o Google maps
indique a sua localização, afinal esta aplicação permita uma aproximação e um
aumento dos pontos mais pequenos e dessa forma possa indicar-nos a maneira de
lá chegar sem nos perdermos por cruzamentos ou corrermos o risco de cairmos nos
precipícios.
Mas
nem este sofisticado meio de orientação consegue mostrar-me esse local.
Perante
o desalento, começa gerar-se um burburinho á minha volta, uns querem ajudar,
outros apenas questionar, “Mas afinal que local é esse? Dizem num tom de quase
impaciência, “O meu lugar, o meu destino” Respondo com desânimo. “O teu lugar?
Repete o vento quando todos os outros já desistiram de acompanhar o meu périplo,
desiludidos por certo com a insignificância do assunto. “Sim o meu lugar,
aquele onde sinta que pertenço”. O vento dança por entre os ramos das árvores e
faz tilintar uma jovial gargalhada. Estremeço, será que nem o vento entende a
importância do que busco? Será que ele desvaloriza e ironiza a minha mágoa? Mas
a brisa que me acaricia o rosto mostra-me de imediato que não é assim. E a
resposta vem firme na doçura bailante do seu sopro, “Talvez já tenhas
encontrado esse lugar”. Incrédula abro mais os olhos, tento ver em redor. E
numa muda interrogação espero a explicação do vento. “Este é o teu lugar, podes
não gostar muito dele, mas é o teu. Se não é perfeito, cabe a ti torna-lo
melhor”.
Por
fim entendo que a minha busca chegou ao seu termo. Percebo que apesar de ter
levando muito tempo na procura, não foi tempo perdido. Foi um tempo de
aprendizagem, porque não adianta chegar cedo sem a lição assimilada. O relógio
da vida está sempre certo e é pontual. E o vento que “falou” comigo, foi a voz
serena do que a alma contém quando a conseguimos “escutar”…
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