Todos
nós somos mar. Com tempestades de caos que nesse breve instante nos faz sentir
a duração de uma eternidade, com marés que chegam sem prévio aviso e
transbordam a dolência das manhãs ou alagam a ternura das tardes. Com ondas que
podem ser um embalo de acalmia ou subirem vigorosas no desejo de tocar o
infinito do céu.
Todos
nós somos mar na viagem incessante dos dias e nele remamos para contrariar o
destino que nos leva para onde não queremos ir.
Todos
nós somos mar, na procura incessante de um cais para atracar a dor e aí
encontrar a paz, a certeza de que esse é o nosso lugar, ou em busca de uma
enseada onde ancorar a vida por um tempo que não obedece ao mecanismo do relógio,
nem à luz solar ou à sucessão das estações mas ao querer desse mar que habita castelos
de areia.
Todos
nós somos mar, quando ele nos corre na alma e inunda de água salada o nosso longínquo
olhar. Quando nos desliza nas veias sentindo o contorno das margens que podiam
ser um abraço mas que se tornam uma asa de vento que nos entra e sai
levianamente do coração.
“Quando
visitamos o mar reencontramos nele o reflexo do que nós próprios somos”.
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