Todos os mares são uma simples gota de água no cosmos da
vida. Da nossa vida, repleta de rios, de lagos, de mares tempestuosos mas
também de momentos de feliz bonança.
São mares que nos navegam em contínuas ondas que nos levam
na corrente do destino até praias de um suave areal, ou a rochas que temos que
escalar com um esforço que parece superior à nossa capacidade humana.
Mas
chegamos lá, porque é para lá que temos que ir, com dificuldades mas com
empenho, com exigência mas também com coragem. E o mar a correr-nos nas veias
em células ondulantes que nos impelem a tomar determinada resolução.
Quantas
vezes tentamos lançar âncora, aninharmo-nos numa enseada, amarrarmo-nos naquele
cais.
Mas o mar balouça-nos na alma, e as vagas arrastam-nos os sentidos. É tempo
de partir murmuram-nos as marés. É tempo de seguir em frente insiste cada gota
de oceano com provocantes salpicos.
Conseguirá a vida resistir aos apelos marítimos? Talvez,
durante algum tempo. O tempo suficiente para que um novo mar navegue o nosso
universo. Esse universo composto de cada gota de água que nos chora e nos ri
dentro do peito preenchendo o mar de que somos feitos.
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