Somos
uma eterna procura, de caminhos, de sensações, de metas, de sonhos, de desejos,
de felicidades, de saudades. E nessa busca em que por vezes nos perdemos,
perdemos o sentido do que somos, porque é a nós que procuramos.
Cansados de nos
encontrar através do olhar dos outros, que nos vêm de forma diferente do que
nos sentimos. Não, que nos julguemos perfeitos, mas talvez não tão imperfeitos
como nos pinta cada olhar critico, desejosos de que correspondamos ao seu ideal
e, sempre que tentamos, ficamos muito aquém, frustrados pelos outros, decepcionados por nós, nessa tentativa inglória de sermos muito mais do que somos e longe,
tão longe do que precisam do que sejamos neles.
Porque
não nos aceitam como somos? Porque não nos desenham no peito um esboço de carinho? Para que nele nos
revejamos e nos reconheçamos. Talvez porque também eles procuram sem encontrar
algo que lhe preencha uma parte incompleta do seu viver. Será que é a nós, tal
como somos que buscam?
Enquanto eu apenas sou o que o impossível cria em mim.
“Não sou o outro, sou qualquer coisa de intermédio: Pilar da ponte de tédio que
vai de mim para o outro” Essa distância que nos medeia na liberdade do ser.
Esse intervalo em que nos encontramos, em que nos conhecemos e aceitamos na
igualdade e na diferença de cada impossível que eu sou e que tu és.
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