Quem
escreve, usa as palavras como sementes
que planta na terra. Umas florescem, outras murcham sem ver a luz do sol. Quem escreve,
acaba por escrever sempre as mesmas palavras, com as mesmas letras, talvez
noutro lugar da frase. Talvez pensem que quem escreve se cansa das palavras, essas
que nos parecem surgir sempre repetidas. Mas então pergunto, por acaso alguém
se cansa de pensar, de sentir? Podem ser os mesmos pensamentos, os mesmos
sentimentos, mas são os nossos, não nos cansam, preenchem-nos elevam-nos num
sonho, também ele, sempre o mesmo. Claro que quem escreve procura novas
palavras. Ou procure talvez, dizê-las de
outra forma, escreve-las de diferentes
maneiras.
Mas
todas elas já foram ditas e reditas milhares de vezes, por milhões de pessoas.
Palavras
que se repetem constantemente nos mais diversos pontos do globo, nas mais
variadas línguas.
São
sempre as mesmas mas, de cada vez que são ditas, de cada vez que são sentidas,
adquirem o sabor de novas em cada boca que as profere, em cada pessoa que as
escuta.
Tornam-se
únicas, tornam-se nossas, apenas nossas, numa doce pertença. Porque envoltas na
magia do momento, ninguém as consegue proferir com a mesma entoação, escutar
com a mesma emoção.
Quem escreve, procura novas palavras, sem as encontrar, percebe, que é a forma como são vividas e oferecidas que as torna novas, diferentes e especiais.
Quem escreve, procura novas palavras, sem as encontrar, percebe, que é a forma como são vividas e oferecidas que as torna novas, diferentes e especiais.
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