“A
vida é um pássaro, agarra-se um e é-se feliz ou infeliz para sempre”, dizia-me
um velho amigo, contador de histórias. “Porque os pássaros não devem ser
agarrados nem aprisionados, têm voar em liberdade e livremente escolher o seu
ninho”. E no entanto construímos gaiolas, e no entanto lançamos fitas de
encantamento, julgando que podemos enclausurá-los no peito, por mais doce e
terno que esse peito passa ser. “A vida é um pássaro e a sua beleza reside na
sua independência, prende-o e ele esmorece”, insistia o velho contador de
histórias. É verdade, perde o cantar, perde as penas, perde a vontade de abrir
as asas, perde a capacidade de sonhar e nós,
que nos maravilhámos com o seu
voo choramos a sua tristeza e acabamos por deixa-lo partir. Percebendo que, a
vida é um pássaro e por isso tem de voar.
“Dê
a quem ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar” (Dalai
Lama). Porque, “Não há maior liberdade do que voar num horizonte qualquer e
pousar onde o coração quiser” (Cecília Meirelles).
Mesmo
que os nossos olhos fiquem perdidos no
infinito do céu, em busca de uma asa que nos ilumine a alma, quem sabe
regressa, diz um suspiro que se esfuma no vento.
Entretanto,
ocupa-se o tempo a escutar o velho contador de histórias, talvez algum dia ele
nos conte aquela que queremos ouvir, a nossa, e lhe acrescenta um final de voo com horizontes comuns.
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