O
verão chegou, o calor já espreita, será que vai ficar, será que vai partir?
Depende das portas abertas que encontrar. Depende das janelas de persianas
levantadas. Depende da resposta de cada um, se ainda permanece cinzento no seu
céu, se ainda não aqueceu o coração, se ainda não despiu as mágoas, nem deixou
que a brisa de cada flor lhe colorisse os sonhos.
O
verão chegou, diz o calendário, diz a estação, dizem as andorinhas em voos
festivos, mas e nós que reclamámos da sua demora, saberemos abraça-lo,
saberemos sorrir-lhe? Saberemos suplantar as nossas crises e oferecer-lhe um espaço
na nossa vida para que fique e só tenha de partir na próxima estação?
É
tempo de arejar as ideias, tirar-lhes o pó de tantos meses nublados. É tempo de
mergulhar na frescura retemperante das águas ondulantes. É tempo de caminhar
com ou sem destino programado, ao sabor da luz solar. É tempo de acreditar que
cada dia é uma generosa oferta da natureza revelada no seu manto verdejante. É
tempo de encher o olhar de cor, de calor, do canto dos pardais, de deixar o
peito correr, de sentir a alma voar e numa duna macia repousar.
O
verão chegou, que seja para todos, que seja em todos, que seja bem vindo...