Ainda
há quem fale em amores impossíveis, entre Romeus e Julietas, entre ricos e
pobres, brancos e pretos, homens e homens, mulheres e mulheres.
Ainda
há quem desenvolva ódios clubísticos, erga muros sociais, crie fronteiras
culturais, alimente fobias raciais, gere separações religiosas.
Ainda
há quem viva e sustente preconceitos, quem veja nos outros apenas defeitos.
Por
ser gordo, magro, feio, bonito, alto,
baixo, inteligente, ignorante, varredor de rua, administrador de empresa, por
ganhar tostões ou ganhar milhões.
Ainda
há quem critique, quem satirize, quem reprove, quem veja no outro não o que é
mas o que tem, “quando a sua essência não se define pelos seus bens”.
Ainda
há quem apenas identifique o mal e não conceba o bem nas relações humanas. Porque
ainda há quem não tenha cruzado o olhar com outro olhar, o sorriso com outro
sorriso, quem não tenha sentido o coração bater mais forte e todos os sentidos ficarem sem norte.
Nesse instante nada sabemos: quem é, o que faz, o que tem, os seus
ideais, a sua opção religiosa, a sua carga genética, sentimos apenas a felicidade de reconhecer que “o
coração tem razões que a razão desconhece”.