Para
certas pessoas que me são ternas e seguramente eternas tenho sempre alguma
dificuldade em dar-lhes os Parabéns pelo seu aniversário. Porque sinto que quem
está de parabéns sou eu, que as conheço e que faço parte desse círculo de ouro que
é a amizade.
Tento
oferecer-lhes uma palavra especial, um gesto exclusivo de carinho, mas também
aí falho porque numa amizade verdadeira nunca há dádiva unilateral mas
partilha. Então recolho com humildade o meu pequeno gesto, junto-o ao teu e ele
cresce na reciprocidade que nos torna amigas.
A
sabedoria popular usa expressão “Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”.
Mais uma vez a mutualidade. És uma pessoa especial e perto de ti gosto de
sentir que também o posso ser. És atenciosa, generosa, és inteira no que fazes,
em quem amas. Tento igualar-te, numa missão que nem sempre é fácil. És o sentir
puro e verdadeiro de um universo sem mágoas que nos prendem mas antes libertam,
o passado foi uma escada para o presente e uma passadeira vermelha para o
futuro. Invejo-te a sensatez, a verdade que construíste sem pilares de
obstinação, com fluidez, com ternura. Talvez por tornares a lição aprendida,
numa lição a ensinar (ossos do ofício?) E eu aprendo, ávida do teu saber. Parabéns,
é tudo o que posso dizer e nesta palavra condenso todo o desejo de felicitar o
teu aniversário, a tua vida, e a nossa amizade.