Uma
mulher mal-amada.
Uma
curva na estrada,
Há
espera de nada.
Sou
uma lua sem sol,
Amanhecer
sem rouxinol.
Sou
um dia sem horas,
Sentindo
que demoras.
Sou
irmã da solidão,
O
vazio em cada mão.
Uma
vida sem cais,
De
constantes vendavais.
Sou
uma mulher sem dor,
Uma
mulher sem cor.
Sou
uma, sou tantas,
Sem
abrigo, sem mantas.
Sou
primavera sem flor,
Sou
um corpo sem amor.
Sou
tão longe e tão perto,
Que
a tua mão quase aperto.
Mas
na minha longa viagem,
Sou
uma nuvem de passagem.
Sou
uma lágrima que caiu,
Quando
o teu olhar partiu.