Há
lugares onde deixamos um pouco de nós. Boas recordações, tristes memórias, onde
perdemos, onde abandonámos uma célula de emoções. E aí onde ficámos, e aí onde
não voltámos, estamos sempre lá, mas com medo do regresso.
Do
reencontro com a felicidade que entretanto partiu, ou com a tristeza que aí
deixámos e sabemos que ainda espera por nós.
Passamos
ao longe, quando o longe nunca é suficientemente distante para esquecermos, e
vemos aquele banco vazio. Aquele banco que já nos descansou os passos, que se
enterneceu quando ouviu as nossas confissões, que se emocionou quando sentiu a
palpitação dos nossos corações, que se comoveu quando amparou uma lágrima, que
estremeceu de alegria com a nossa gargalhada, que vibrou com a nossa felicidade
e chora agora a nossa saudade.