“Não
sei se foi aquela rosa, se foi aquele jardim que me fez despertar no coração
ensejos de Primavera. Não sei se foi a maciez das pétalas, se foi o seu perfume
que me fez despertar nos sentidos sonhos de felicidade. Não sei se foi a sua
cor, se foi a sua forma que me fez despertar nas noites a luminosidade alegre
dos dias. Não sei se foi a estação do ano, se foi o dia do mês que me fez
despertar no peito o ideal de um horizonte perfeito. Não sei se foi a palavra
dita, se foi a palavra adivinhada que fez despertar no solo do meu viver, a
semente da mais terna esperança”.
Num suspiro de tristeza a borboleta abre as
asas e parte numa brisa de saudades. Porque só ela sabe que nenhuma outra flor,
voltou a colorir da mesma forma aquele jardim. Nenhuma outra Primavera conheceu
tanta beleza depois daquela flor que um dia por lá passou.
A
borboleta fecha as asas já não quer voar, porque nenhuma outra flor lhe fez o
coração pousar tão serenamente na sua existência como ela.
A
natureza renasce em cada estação, mas para a borboleta, aquela flor ficará
eterna na sua lembrança.