Há
um rio que tem o teu nome escrito nas fontes do meu pensamento. Células que me
correm nas veias, percorrem-me o corpo, inundam-me a alma e desaguam-me no
coração.
Há
em mim um rio de suave corrente que não tem pressa de chegar à foz do seu
desenlace. Já conheceu mares de tempestade, já conheceu margens de tristeza,
que me deixaram melancolia nas águas. Gotas de um olhar que nunca chegou a me
olhar. Mas agora que este rio que sou já conhece o caminho, deixo-me apenas
navegar porque sei que um dia acabarei por chegar a esse destino que é meu.
Mesmo que nunca navegue pelos teus mares, que nunca encontre conforto no teu
cais, que nunca deixe pegadas na tua praia, que nunca desenhe nas tuas rochas o
nome do meu ensejo, nem nenhuma gruta albergue o eco do meu querer.
Haverá
sempre um rio que tem o teu nome no ADN da minha vontade e me faz ser a vaga
que transporta pelos oceanos, maresias de afecto.