
Transporto comigo o símbolo da vida nesse abraço em forma de ninho, de
cais, de pilar. Tenho cravado na alma a tua essência de luta, nas batalhas
ganhas e perdidas dessa guerra de ser mulher. Ergo a chama da tua existência,
clamo-a no vento para que a história não te esqueça, para que o tempo não te
apague.
Vejo-te Eva em cada rosto de mulher que caminha lado a lado com os homens.
Reconheço-te Maria em cada abraço que transformas em lar no peito.
Encontro-te Tereza de Calcutá em
cada acto de generosidade sem distinção.
Admiro-te Mary Curie em cada revelação da ciência.
Descubro-te Joana d’Arc na coragem que desafiou a morte.
Prezo-te Mary Quant na “descoberta dos joelhos das mulheres” e almejo mais
longe pelas mulheres que um dia descobrirão o rosto.
Homenageio-te também a ti que sem
deixares nome na história do mundo, deixas na minha história, nos meus genes.
E a ti que não sei quem és, mas tenho a certeza que semeias a paz em teu
redor, que distribuis amor à tua volta, que cultivas a bondade para a
partilhar.
Recebi a herança de ser mulher e espero estar à altura de a passar aos
vindouros, com a mesma perseverança, os mesmos valores, e uma cada vez maior
conquista, não de espaço geográfico, mas de corações.