Às vezes começo
a escrever e sem saber que rumo tomar, deixo-me ir por um mar que me vai levar
para portos desconhecidos. Porque na escrita, sou apenas uma navegante que se
deixa guiar pelo leme da inspiração. Bendizem os meus caminhos e eu que sei que
eles não me pertencem, sorriu, não por vaidade ou por orgulho mas por esperança,
expectativa, desejo, alento e confiança que esse caminho permaneça o meu
destino. Enganam-se se pensam que busco a glória, sobretudo, porque já a
alcancei, num só olhar, numa só palavra, num só gesto de carinho, esse cais que
recebeu a minha incoerência e a tornou no seu peito coerente. Afinal, não somos
somente o que escrevemos mas o que alguém lê do que escrevemos. E se há um
encontro de palavras, de silêncios, de pausas, de saltos e sobressaltos, de
emoções e comoções, então dá-se a magia da descoberta, uma consonância entre
quem escreve e quem lê. Entre quem oferece e quem recebe a mensagem. Talvez não
quando a escrevo, não quando a lêem talvez um dia quando relerem com uma sensibilidade
diferente, de quem já passou por muitas estradas e soube delas reter o
essencial que guarda no peito.
São os olhos que
abrem as janelas para que as palavras entrem, é o cérebro que as lê, mas no
final, é o coração que as sente.
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