Não
sei o que falta. Falta sempre qualquer
coisa, por pequena que seja, faz-nos falta. E sem sabermos como, o que nos
falta deixa-nos uma sensação de vazio, no canto da alma, no centro do coração,
no início do estômago. É fome, diz-nos a razão para resolver rapidamente o
problema e, comemos, mas a sensação de fome continua a calcar-nos uma ferida, uma
velha ferida. Porque ninguém fica isento de mágoas quando vive a vida de peito
aberto, pronto para abraçar todas as causas, para lutar em todas as batalhas e
sair delas sem vencer a guerra.
Porque só a paz, quando a alcançamos, pode levar-nos à vitória.
Porque só a paz, quando a alcançamos, pode levar-nos à vitória.
À
vitória na guerra dos dias, nesses dias em que sentimos que algo nos falta: um
raio de sol quando o inverno o encobre; uma brisa mais fresca quando o verão
nos avassala; uma nuvem de chuva para despertar a flor; uma invasão de mar para
inundar o olhar; um sorriso oferecido pelo rosto mais amigo; um afecto; uma
palavra que nos ergue a esperança; um não sei quê que sentimos falta para
preencher um lugar que não sabemos onde está, que nem sabíamos que existia, mas
que permanece a latejar em nós por algo, algo que sentimos falta.
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