Por
vezes tenho uma vontade que me dança no peito e que não parece minha. Uma
vontade gritante de chegar não sei onde, de conquistar não sei o quê. De
abraçar não sei quem. De recuperar algo que perdi sem nunca ter possuído. De
festejar não sei que vitória. De chorar uma dor que nunca senti. De ver lugares
que nunca vi. De dizer palavras que não sei. De escrever mensagens que não
conheço. De voltar a fazer as promessas que nunca prometi. Por vezes sinto a
loucura de partir mas na verdade acabo por ficar. Outras vezes apenas quero
ficar e então vou, num voo que me eleva o coração à mais alta montanha. Então,
sinto-me a correr dentro do peito, a deslizar infantilmente pelas veias, numa
adrenalina que me invade os sentidos e me faz desejar viver, tudo o que nunca
vivi. Porque tenho dessa vida o conhecimento, a sensação e a emoção.
Sem
saber o que lhe chamar, chamei Saudade, a esta vontade, de ser feliz.
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