Aldeias
de granito, vibrantes de história, latejantes de vida e em seu redor um
silêncio, um silêncio imperial que é apenas entrecortado pelo vento que passa
por entre as pedras e nos ecoa um rasto de vastas memórias. No topo o castelo e
o que resta da sua muralha que em tempos remotos foi o abraço seguro dos seus
habitantes. Tudo para, o tempo que aqui parece infinito, os meus passos e até
os pensamentos, só os olhos se movem e
bebem da fonte do saber a verdadeira lição do passado, num caminho para o
futuro. Um olhar que se torna quase infantil na sua curiosidade, que corre, que
salta cada degrau e delicia-se em cada recanto em cada janela que lhe desvenda
a obra que só uma genialidade celeste poderia tão harmoniosamente elaborar.
Os
pulmões enchem-se e respiram o esplendor vastíssimo da paisagem, das serras que
se sobrepõem uma após a outra para tocar o céu. O contraste dos verdes, que
vestem os planaltos e o granito das casas, tão sólido, tão firme que nos faz
questionar como chegou ali a tão elevadas alturas para se tornar lar quente e
seguro de tantas vidas.
Tento
guardar cada detalhe numa câmara fotográfica, mas nem essa dúzia de pixels que
a tecnologia criou consegue transmitir
com fidelidade o quadro que a natureza nos oferece. Só esse enlace entre a
natureza e o humano absorve e guarda tanta beleza. E num sentir de alegria e
tristeza nasce um sentimento de saudade, por saber que a memória é perecível
mas a natureza eterna na sua magnificência.
Sem comentários:
Enviar um comentário