Toda
a verdade existe, toda a verdade é justa e como tal deve ser aceite.
Independente de ser a verdade geral ou individual de cada um de nós, mas essencialmente
por que é a verdade, a nossa verdade.
Porque
ela é em si mesma, verdadeira e boa na sua intenção e conceptualização. No
entanto e porque cada um puxa a asa da sua pertença, rapidamente chegamos à
conclusão que não há maior verdade do que a do silêncio, porque ela é incapaz
de conceber o seu reverso.
Lembro-me
de quando estudei música, tive uma professora que me deixou uma grande lição
para a vida. Perguntava-nos o que era a música e nós respondíamos
automaticamente que era a organização dos sons, ela acrescentava: e dos
silêncios.
Já
a minha avó (adotiva) costumava dizer na sábia ternura dos seus cabelos brancos, “Quem não mente não é boa gente”. Péssimo exemplo para as crianças, pensava no
imediato, mais tarde fui percebendo a que mentira ela se referia. Não era o
oposto da verdade mas a sua gentil omissão. Aquelas “meias” verdades que
utilizamos quando não pretendemos magoar alguém a quem queremos bem.
Até
Confúcio dizia, “É o silêncio o único amigo que não nos atraiçoa”. Reforçando a
ideia, lembro a teoria dos monges do deserto “Se o meu silêncio não vos
recebeu bem, não seriam as minhas palavras a fazê-lo”.
Por vezes só o silêncio
basta como explicação, como resposta, como verdade. E porque o reconheço, assim
me calo.
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