Porque reclamam das prisões, ou desse sol sombreado. Da rotina dos dias, desse encontro permanente com o mesmo rosto?
Eu que vivo na mais plena liberdade grito por tudo isso. Apelo em cada recanto a ousadia de me prender. Não, não me chamem louca por ter o sonho de ser prisioneira, entrar nessa cela e deitar fora a chave para que dela nunca possa sair.
Porque lá fora nada me importa tanto como o que posso ter aqui, neste lugar que é meu sentido, meu caminho encontrado.
Porque reclamam das prisões se a maior beleza consiste em permitir que nos roubem o coração, que o prendam em abraços, que nos furtem beijos por entre as sombras do entardecer.
Estivesse eu presa desse terno enlace e não aceitaria amnistia alguma, dar-me-ia como culpada, e cumpriria alegremente a minha doce e perpétua pena…
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