De
que são feitas as lágrimas? De água e sal, dizem os entendidos. De dor e mágoa,
dizem os sábios. De sonhos e de alegria dizem os utopistas.
Quantas
as lágrimas podem nascer da estranha e dolorosa união entre o rio da razão com o mar das emoções. Mas
também, quem as consegue conter quando por vezes, nos espreitam ternas e sorrateiras,
as lágrimas de saudade.
Outras
mais determinadas, ultrapassam as fronteiras apertadas do orgulho e saltam
fogazes em lágrimas de vontade. Tão fortes como estas, gritam-nos outras
rasgando o silêncio deixando por fim sair, todas as lágrimas de frustração.
Quando
toda essa água magoada, encontra no peito a sua estrada, sai-nos dos olhos, em fontanário,
e transborda de uma alma que se agita porque nenhuma água a acalma.
Um
dia porém, o sol volta a irradiar uma luz que lhe aquece o peito, e o sorriso
renasce por entre as nuvens, então uma lágrima atrevida faz a festa divertida e
chora a última da despedida ou a primeira da chegada. Agora que, choram de
tanto rir, choram porque voltaram a acreditar. Nas lágrimas que também podem
ser felizes sem nos cair do olhar.
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