Se
eu me tivesse portado bem durante o ano, neste Natal o Menino Jesus certamente
me traria todos os presentes que desejo. Se eu me tivesse portado bem durante o
ano, não precisaria de pedir porque certamente teria esses presentes
conquistados.
Mas
reconheço que pensei mais em mim, que estive sempre demasiado ocupada para ti.
No entanto, bastava um telefonema, um e-mail, ou até uma pequena sms e neste
Natal receberia de ti um sorriso luminoso.
Bem
sei que adiei os nossos encontros, as nossas conversas de café, escondi-me nas
minhas dores para não escutar as tuas. Quando bastaria uma tarde de sábado, de
domingo, de um dia qualquer, afinal o anos tem tantos. E neste Natal teria a
tua presença na minha festa, na minha vida.
Quantas
vezes te deixei para amanhã e esse amanhã nunca chegou. Claro que tinha razões,
sempre as mesmas, a falta de tempo, mas no fundo são apenas opções que se fazem
e eu fiz as minhas. Por isso neste Natal não faço parte das tuas escolhas para
partilhares comigo o teu Natal.
E
a ti que não fui visitar quando estavas doente, quando estavas carente de um
abraço? Porquê? Nem eu sei. Sei apenas que fui desejando que melhorasses mas
não participando nessas melhoras. Por isso neste Natal não vou receber o teu abraço
caloroso, aquele que ficaste à espera que eu te desse.
Neste
Natal não vou receber presentes, por causa da crise. Essa crise que por vezes
invade os sentidos, uma crise de esquecimento, uma crise de indiferença, uma
crise de egoísmo.
Não
me portei bem este ano, por isso não me posso queixar da crise de carinho, da
crise de solidão que vou sentir neste dia. Neste Natal em que o meu pinheiro
não vai estar enfeitado com luzes de esperança. Pela minha chaminé não vão
entrar “presentes” de afeto. E todas as melodias de Natal se vão calar ao
passarem à minha porta.
Não
posso voltar atrás no tempo, não posso mudar o passado, mas posso prometer ao
futuro que vou tornar todos os dias um permanente Natal, com presentes de
amizade e amor para que no próximo Natal a minha árvore brilhe de sorrisos.
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