Brinca
com o olhar e das nuvens faz histórias, transforma-as em casas, em carros que
passeiam no céu, em animais que se vagueiam no azul celeste. Nos dias de
inverno o céu encoberto obriga-o a compor outras fantasias, então desce o olhar
e encontra nas árvores novos amigos.
Das
folhas caídas faz desenhos, que o vento como se fosse um menino mal comportado
desmancha num sopro. Mas depressa fazem as pazes e o vento mais calmo
devolve-lhe as folhas roubadas depois, em conjunto fazem novas construções. Com
as pedrinhas faz caminhos que o levam para um local onde brincar é obrigatório
e todos os meninos têm brinquedos coloridos, que ele não tem. Por uns instante um brevíssimo instante, uma tristeza quer invadir-lhe o olhar.
Mas
a brisa rapidamente dissipa as nuvens cinzentas e o sol volta a brilhar. O vento
bate-lhe na janela.
–
Vamos brincar?
–
Sim, vamos, mas brincamos a quê?
–
Eu esculpo com um sopro aquela nuvem e tu adivinhas o que ela representa.
–
Está bem, podes começar. E assim o menino que brincava com o olhar continuou a
voar na sua imaginação e a partilhar uma amizade com o vento. Porque mais
importante que ter brinquedos é preciso saber brincar, mesmo que seja apenas
com o olhar e a fantasia.
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