Hoje
há Abraços grátis em Lisboa, bem, não será hoje, porque na ressaca do Natal ando a
ler as notícias atrasadas. “Todos queremos ser amados” (Sean Penn), até aquela
minha amiga que depois de 25 anos de casamento sente que ainda não foi
“recebida” pela família do marido, que as cunhadas fazem um grupinho de
cumplicidades e a deixam sempre de fora. Ou aquela outra que depois de ter
chegado cheia de expectativas, vai descendo a fasquia quase até ao chão e já se
contenta com um simples Bom dia, que a afaste da exclusão e da invisibilidade.
Seremos assim tão carentes? Sean Penn, diz que sim, “Nunca fui amado”. Mas
precisamos tanto assim dos outros para nos sentirmos inteiros? A resposta
continua a ser psicologicamente a mesma, sim!
Um
sim feito de encontros e desencontros, nas curvas e esquinas da vida. Para
afastar a solidão, para enriquecer os nossos dias, para fazer a vida valer a
pena, apesar da crise económica, do desemprego, ou dos problemas no emprego,
dos maus colegas, dos maus transportes, das filas de trânsito, do stress, etc,
etc., o chegar a casa, fechar a porta aos problemas: abraçar, e ser abraçado pela felicidade que
nos faz lembrar a razão de existirmos
A
grande questão é que isso não acontece somente connosco: contigo, comigo.
Acontece também com os outros, com quem nos cruzamos, mas que nos escapam por entre os dedos, que nos
fogem do coração, que andam distraídos, perdidos, no seu desejo profundo de também eles serem
encontrados, e abraçados.
Felizmente
que há abraços grátis, quem sabe num deles encontrem/encontremos o amar e o ser
amado, ou pelo menos um Bom dia com
um sorriso do coração, também ele, grátis.
Sem comentários:
Enviar um comentário