Há
pessoas que são como uma bússola, indicam sempre o “norte”, seguem sempre numa
direcção, a sua direcção. Alguns dirão que o fazem por teimosia, por incapacidade
de seguir para “sul”, por medo de escolher o “este”. Mas eu admiro-as, porque
elas têm uma certeza inabalável de que aquele é o seu caminho. Pode não ser
isento de mágoas, pode estar recheado de derrotas, mas não desistem de lutar,
porque têm um objectivo, uma certeza, um fé. Porque só com fé se atravessam
mares de lágrimas sem se afogar nelas. Só com fé se erguem depois de cada
queda. Só com fé não cedem aos convites de seguir por caminhos aparentemente
mais fáceis mas que se revelam incapazes de nos levar até onde queremos ir.
Admiro estas pessoas, porque têm um rumo a seguir, uma missão a cumprir, uma
verdade que é sua e uma coragem que, não sendo invencível, supera as batalhas
perdidas, erguendo-se todas as vezes que forem necessárias e prosseguem no mesmo
destino com a certeza de que é o seu.
Depois
há os outros, os que vivem sem “norte”, que saltitam de direcção a cada
entrave, que buscam a felicidade a “sul”, que se dirigem para “este” ``a procura
de um pouco de estabilidade, mas já o vento de “leste” os impele para
“sudoeste”. A sua “bússola” permanece inquieta, porque não encontram um
magnetismo que as prenda em terra firme, qualquer brisa as empurra, ora para o
“céu” ora para o “abismo”.
Suponho/espero
que também elas um dia encontrarão o seu “norte”, a sua força, a sua fé e
possam deixar de procurar na distância esse lugar que está algures, tão perto…
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