Já
ouço a madrugada a cantar canções de alvorada. Já ouço o sol a espreguiçar os
seus raios. Já ouço o bocejo das estrelas ensonadas de uma noite inteira a
cintilar. Já ouço as horas na sua marcha compassada, trazendo atrás de si o
ponteiro saltitante dos segundos que
querem, porque querem, apanhar os
pachorrentos minutos.
Já
ouço o rio que parece mais feliz no despertar de mais um dia. Já ouço os
pardais chamando os amigos para irem brincar e fazerem, o que fazem os pardais?
Pardalices, responde prontamente o meu sobrinho que já soletra o b,a, ba e por
isso se sente um mestre no conhecimento da natureza. “Pardalices”? Aceito.
Já
ouço na rua as crianças que saltitam na sua felicidade infantil de quem não tem
ainda obrigações, e pode continuar a fazer o que sabe “criancices”, adianto-me
ao meu sobrinho que já abria a boca para dar um ar da sua graça. Então rimos,
sem saber porquê e abrimos a porta de casa para entrar definitivamente no dia
que nos espera lá fora, antes que a noite regresse
com a sua negritude e nos faça pensar, “tolices”...
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