Ouvi no rádio do carro quando vinha para o emprego, que hoje
é dia de falar com quem não falamos há muito tempo.
Para obedecer há “tradição” aqui estou, escrevendo, “falando”.
E de várias pessoas com quem não falo há muito tempo
escolhi-te.
Porque tudo na vida, ou quase tudo, são opções.
De entre as pessoas que não falo há muito porque perdi o
contacto, porque perdi a vontade, porque perdeu o sentido, porque se perdeu a
amizade, porque nos perdemos voluntariamente ou por obra do acaso; outras há
que sabe-se lá porquê, não as perdemos da lembrança, talvez porque tenhamos ainda
algo de que falar, algum assunto para descobrir, alguma razão para sorrir. Não
sei, não importa, só quero dizer um “Olá”. Não um desses "olás" acenados ao vento e que
nos voam sem nos tocar, não desses lançados apressadamente por entre os pingos
da chuva e que acabam afogados nas poças de água na rua do esquecimento, ou
ainda esses outros apenas murmurados de tão estranhamente arrancados à nossa
vontade porque a boa educação o exige. Não é nenhum desses cumprimentos que quero
aqui deixar e que me apeteceu neste dia oferecer. E lá dirás, que me lembrei apenas porque algo me obrigou a isso, tipo cumprir calendário. Talvez tenhas razão,
mas não importa como um gesto começa, o importante é o que ele transporta.
Neste caso, transporta, um breve, simples, despretensioso, atencioso e até afectuoso
“Olá” desejando que hoje tenhas um de muitos dias felizes.
Oferece-me um "Olá" se te apetecer, ou oferece a quem não falas há
muito tempo…
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