Gemem as pedras da calçada,
Tantos passos, mas todos
passam,
Tantas vozes, todas se
calam.
E as pedras em fila
desordenada,
Tentam ser manto, tentam ser
estrada.
Alvas na sua repisada
brancura,
Surgem encobertas na noite escura.
Há quem diga que choram magoadas,
As mágoas de tantas e longas jornadas.
Dores suas, dores de tanta gente,
Que por ali passando permanece ausente.
Mas as pedras também sabem rir,
De qualquer incauto que ao cair,
Lhe dá uma marota razão,
De em troça guardar a recordação.
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