“A
natureza humana é condicionada pelo medo do sofrimento”. Porque o sofrimento
nos limita, altera, muda-nos, pode matar-nos ou fazer-nos renascer.
O
sofrimento impede-nos de ver com clareza, de pensar com lucidez, de sentir para
além dele.
Torna-se
nós, ou talvez, sejamos nós que nos tornamos ele e, por vezes, apenas e só ele.
Adormecemos, quando conseguimos, com ele, acordamos com ele. Cada dia e cada
hora torna-se o peso condicionante dele em nós. Esmaga a nossa vontade,
rouba-nos a capacidade de irmos além dele. Ficamos cheios de questões: porquê
nós, quando acaba, como nos libertamos dele, porque nos magoa, onde está a
nossa culpa, o que fizemos de errado; tantas perguntas, mas nenhuma resposta.
O
sofrimento grita em nós ou somos nós que gritamos para o calar, para o sufocar
e sim, para o matar no nosso corpo, na nossa mente.
Se
ao menos houvesse uma resposta, se alguém nos desse a certeza de que o
sofrimento não veio para ficar, que acabava, suportá-lo-ia hoje, amanhã, alguns
dias mais, para depois voltarmos a sermos nós, tal como éramos, libertos do
medo, livres do sofrimentos, capazes de nos levantar, de caminhar e de voltar a
sorrir.
Eis
uma certeza que nos consola: O sol há-de voltar a brilhar. Porque, sim, tudo,
mas mesmo tudo, passa…