Um dia, deixamos de
ter 20 anos e, de repente, os 30 anos já passaram. Os 40, foram um saltinho,
apenas um saltinho para os 50. Assim nos foi a vida, um carrossel giratório,
uma montanha russa de altos e baixos, de curvas apertadas. Quantas vezes pensamos
que ia ser o colapso, mas não. Foi apenas o começo de novos momentos.
Contaram-me em miúda
uma história… Havia um menino a quem o Medo chateava e humilhava com
brincadeiras que o deixavam triste e só. Um dia ele decidiu combater o Medo à
sua maneira e dai em diante ignorou-o, desprezou-o como se ele não existisse. O
Medo remetido à solidão, ficou fraco e triste, primeiro, encolheu-se num canto,
depois, foi-se embora e segundo dizem, nunca mais ninguém o viu. Moral da
história, porque estas histórias tinham sempre uma, o miúdo tinha medo de quase
tudo, mas cansou-se de ser gozado pela sua “fraqueza”, por isso, escondeu o
medo no recanto mais profundo do seu ser e dessa forma, revelou uma força de
vontade capaz de superar o seu medo e, daí em diante, todos os o invejaram e o
João-com-medo passou a ser chamado João- coragem.
Histórias infantis,
pequenas lições de crescimento. Porque um dia, seja ele qual for, todos nós “esconderemos”
os nossos medos para que eles não nos dominem e, nessa altura, vinda não se
sabe de onde, surgirá a nossa coragem.
É quando vamos
perceber que, na vida, o importante não é ter ou querer ter muito, mas que o
suficiente nos basta. Desde que tenhamos tentado tudo para vencer.
Que somos felizes com
tudo o que temos, que amamos o que devíamos e, se perdemos, perdemos apenas o
que, no fundo, nunca foi nosso.
Perdemos o medo, mas
em troca ganhámos a coragem.
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