Cá
estamos nesta “corrida” não em busca da meta, nem a competir uns com os outros,
simplesmente a tentar acompanhar a rapidez com que o tempo passa. Tento,
acreditem que tento, mas até para mim já vai sendo por vezes difícil acompanhar
o ritmo, assimilar tudo o que surge à velocidade que vem e é novidade e à velocidade que se torna obsoleta.
Temos de nos adaptar às novas
realidades, aceitar com similar rapidez as coisas tal como surgem. Mas nem
sempre é fácil, ou melhor por vezes é difícil, então agora que ando “coxa”. Eu
até tenho alguma “queda” para o disparate, mas desta vez exagerei. E sim é
verdade, ainda ando meio ao pé coxinho depois de me ter espalhado ao comprido e
ter magoado um joelho.
Percebo
agora o quanto é difícil manter a
verticalidade, só não entendia o porquê de tanto esforço, porque não deixar-nos
“cair” de vez em quando, ceder ao cansaço, à preguiça, à vontade de nos deixar
levar pela força da gravidade. Percebi que pode tornar-se “grave”, que pode
magoar, que o chão é duro e a queda dolorosa e morosa no processo de recuperação,
felizmente, no meu caso tudo ficou inteiro (acho).
Enfim,
tudo por culpa desta “corrida”, deste relógio solar, ou biológico, claro que as
bagas das palmeiras caídas no chão também deram a sua ajuda. Mas se andasse
mais devagar, se tivesse mais cuidado, se o pensamento não sonhasse, se os
olhos não voassem, quem sabe tivesse evitado a queda e hoje não estaria
coxeando. A verdade é que não conseguimos evitar todas as “quedas” por mais
atentos, ponderados, cuidadosos, por mais joelheiras, cotoveleiras, capacetes, etc., havemos sempre que cair e
rasgar a roupa, a pele, a alma.
São
os imponderáveis da vida dirão uns; revelam o quanto somos frágeis, dirão
outros, na verdade, mostra o quanto somos simplesmente humanos; sinal de que
estamos vivos, prefiro esta ideia.
Porque
estar vivo tem destas e de outras coisas, incapazes de adivinhar o passo
seguinte que vamos dar ou noutras situações se esse passo nos trará alegria ou
tristeza damo-lo, temos de o dar, parar é morrer e nós para o melhor ou para o
pior queremos viver. Nem que seja para nos levantarmos depois de uma queda,
sacudirmos o pó, colocarmos um penso rápido na ferida e coxeando ou não,
prosseguirmos, se hoje formos mais devagar, amanhã logo recuperaremos o nosso lugar
no caminho.
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