Dizemos
obrigado, de tudo e de nada, não é uma questão de sermos pessoas muito
educadas, mas de um certo automatismo que adquirimos. Obrigado a quem nos dá
passagem, quem nos abre a porta, a quem nos atende na loja, a quem nos dá uma
informação básica. É certo, adequa-se, mas por vezes é demais as vezes que
agradecemos e quem sabe nem nos apercebamos, porque nos é comum, como dizer
olá, bom dia, etc.
Mas
quando se trata de um obrigado que queira significar reconhecimento e gratidão,
quem o dá, assim, com a mesma ligeireza, delicadeza e generosidade?
Infelizmente poucos, mesmo muito poucos. Agradecemos a vida que temos? Claro
que não, já que não é a que gostaríamos de ter. Agradecemos a cada dia? Na
maior parte das vezes não, porque não nos foi simpático. Agradecemos aquém
ouve as nossas lamurias? Não, primeiro porque nem nos consideramos lamurientos e depois, são nossos familiares ou amigos, faz parte da sua função
ouvirem-nos, ampararem-nos, não precisam de agradecimentos, já sabem, que lhes
estamos gratos.
Talvez
seja preciso que existam datas especificas que nos façam estar mais atentos,
mais despertos para olhar os outros, de coração mais bondoso, dando-lhes o
tempo e agradecimento que merecem, claro que não só nessas datas mas durante
todo o ano.
Lembramos-nos
no Natal, Passagem de Ano, Aniversários,
dia do Pai, da Mãe, dos Avós, dos Amigos e porque não acrescentamos mais
uma data, 11 de Janeiro, dia do Obrigado,
para agradecermos com sinceridade, com justeza, com o coração, com o perdão. E
desejar que o carinho, a dedicação, a bondade, o reconhecimento e o obrigado,
não sejam apenas o cumprir de datas do calendário, mas que nos aflorem,
naturais e espontâneos tal como se nos fossem uma brisa que emana do mais
profundo do nosso ser.
Eu,
confesso, que também me esqueço algumas vezes de agradecer, de vos agradecer.
Por isso, recebam este obrigada, não como uma flor, um ramo ou um jardim de
flores, mas como uma inteira primavera.
Sem comentários:
Enviar um comentário