“Sempre
tive muita imaginação e devido a isso sou uma pessoa feliz”. Eis uma frase que
me disse muito, claro que para isso tive de usar a imaginação e tal como a
autora dela, felizmente também tenho muita o que algumas vezes me tornou uma
pessoa feliz.
Quando
era criança, imaginava os brinquedos que não tinha e brincava com eles horas
infinitas. Um dia resolvi levar a imaginação mais longe e imaginei que tinha os
pais perfeitos e na minha imaginação, foram-no.
Como
deu resultado, continuei a imaginar e imaginei a irmã perfeita, os amigos
perfeitos, as relações perfeitas, os empregos perfeitos, os colegas perfeitos,
os chefes perfeitos. E o meu mundo, era dentro da minha imaginação, perfeito,
quase sólido, quase palpável e com algum, por vezes muito, esforço, quase verdadeiro.
No
yoga aprendemos, com muita prática, que os pensamentos podem ser mudados,
orientados e que o cérebro aprende a acreditar que são autênticos e por isso
relaxa e envia mensagens de positividade ao corpo. Desaceleram-se as células,
distendem-se os músculos, pacifica-se o coração.
E
isso resolve? Não. E isso cura? Não. Mas tal como um placebo, atenua os efeitos
do problema. Só é preciso acreditar que o placebo é afinal o medicamento certo.
Que tem nele a dose certa de esperança, com uns pozinhos de ilusão, outros
tantos de confiança ao qual se acrescentam alguns de expectativa e sobretudo
muitos, mas muitos mesmo de ousadia e de desejo.
Depois, temos que acreditar, acreditar bastante,
diminuindo as nossas exigências, baixando o nosso índice critico. Aprendendo a
aceitar sem recriminar. Cada um é como é. Só a nós podemos mudar para caber na
imaginação dos outros, porque também eles querem, filhos perfeitos, pais
perfeitos, amigos perfeitos, empregados perfeitos…
No
fundo tudo se resume à dose certa de imaginação, terreno fértil para as nossas
verdades, jardins onde um dia colheremos, quem sabe, botões de felicidade.
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