Algures
entre o céu e a terra, algures entre os pólos, na linha central, um Equador que
há em nós, em todos nós. Uns libertam-no, outros aprisionam-no com receio de o
revelar de tão sensível ou quem sabe, pensam que libertando-o o perdem por
entre os labirintos e fronteiras humanas.
Algures
nesse espaço imenso ou minúsculo existe um lugar chamado Natal. Um lugar com
muitas histórias, a de cada um. Um lugar de sorrisos, de sonhos partilhados e alguns
até concretizados. Histórias de lágrimas por alegria, histórias de lágrimas por
tristeza.
Um
lugar que cada um enfeita com as suas mais belas emoções, sensações,
recordações. Um lugar tão cheio do que somos, que nos revela, que nos torna
melhores, mais verdadeiros, mais inteiros no nosso querer. Não, não é um lugar
de mentiras, de falsidades, de hipocrisias, quando muito, se lhe queremos
apontar defeitos, diria que é um lugar
que por vezes esquecemos que nos existe no peito, que está dormindo o sono de
quem espera e acredita. Não é por isso
que é menos belo, não é por isso que nos
é menos puro.
É verdade que nem sempre sabemos como o
partilhar, oferecer, então tentamos tudo, compramos sonhos embrulhados em papel
colorido. Oferecemos esperança, que escolhemos criteriosamente numa loja cheia
de gente. Damos amor e amizade e colocamo-los em caixinhas junto da árvore de
Natal.
Coisas,
apenas coisas, podem dizer, mas são muito mais do que isso, são “coisas” que
desejamos dar de nós, desse lugar secreto onde cabem tantos, todos os que nos
tocam no afecto, na comoção, um irmão, um amigo, um desconhecido.
Esse
lugar chamado Natal que reencontramos todos os anos no nosso caminho interior
quando decidimos que afinal queremos caminhar sempre com os outros.
Independentemente da data, do momento, o que importa é o lugar e esse lugar
está-nos no coração.
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