Viver
em sociedade, na cidade, no campo, viver com pessoas, entre pessoas e às vezes
tão longe delas. Acordar sozinha, conversando com os pensamentos. Há quem diga
que já não existe solidão, há a internet essa rede que une galáxias mas unirá
pessoas? Há o facebook, o twitter e mais umas quantas redes de amizade e “amizade”.
Mas há diálogo, companheirismo, partilha? Há a presença de quem escuta, de quem
aconselha, de quem apoia e eleva a moral? Há quem nos aconchegue com um abraço,
nos olhe nos olhos, quem nos ampare uma lágrima, que nos faça sorrir, quem nos
arranque uma inesperada gargalhada?
Vivemos
em sociedade, mas o que é uma sociedade, alguém o sabe, alguém o vive
verdadeiramente?
Por
sociedade entende-se um conjunto de seres que convivem de forma organizada. Palavra
que vem do latim e se define como “associação amistosa com outros”. Um colectivo humano que zela
pelo bem-estar desse grupo.
Mas
hoje como se entende, como se vive nesta
sociedade que se moderniza, que se individualiza?
Já
tiveram a “sorte” de vos dizerem, “não sou uma pessoa sociável”, mas esperam,
que os outros o sejam? Já vos aconteceu escrever um e-mail em que relatam os vossos
queixumes e obter como resposta os queixumes dessa outra pessoa? Ficamos sem
saber se devemos entrar em comparações e ficar por isso mais aliviados pela
brandura das nossas inconstâncias.
A
verdade, verdadinha, é que cada um construiu à sua volta um muro (por vezes de
lamentações), uma ilha de desresponsabilização, um mundo de fronteiras
pessoais. Para além destes novos universos, felizmente, ainda há os
“clássicos”, os que entendem que a sociedade é um valor que personificamos, que
nos edifica e humaniza. Que podemos viver sem muros, que nos podemos unir em
múltiplas penínsulas, que contamos com os outros e os outros connosco, que
espalhamos sementes, cuidamos delas e as vemos florescer à nossa volta como
sociedade assente na valorização da Amizade.