
Mas o seu olhar brilha como se um raiar do sol espreitasse por eles. A sua idade é uma incógnita, que não esconde nem evidencia. Deixou de os somar cronologicamente para os narrar em momentos vividos, em momentos sentidos e continuamente recordados.
Caminhos, conhece muitos. Quanta estrada, quanto pó, quanta chuva e vento. Mas sempre com um sorriso, sempre com renovado alento. Neste seu percurso de peregrino segue a sua missão. Essa legação que aceitou propagar por pela senda da vida, vestiu as dores alheias, calçou os seus destinos, caminhou a seu lado sem saber onde esse caminho o levaria. Deu liberdade aos seus passos. Mas quantas vezes parou nos seus cansaços. Descansou sem ter abraços. Questionou céu, indagou o mar. Para voltar a prosseguir por onde o destino lhe indicou. Entendeu por fim para onde ia. - Nunca a estrada estará acabada, cada trilho leva a uma nova jornada. Murmura numa voz esvaída de timbre. Transporta o pesado fardo da vida, aliviado pela força da fé. Quem o vê seguir estrada fora, sente que passa e que ao passar permanece.
Gosto muito da sua escrita, do seu estilo inconfundível que já reconheço, em poesia, em tom ligeiro ou profundo, identifico-a pela intenção positiva que transparece. Gostei em geral de tudo o que tem escrito, mas fico sempre deslumbrada quando nos oferece estas reflexões, aparentemente tão simples mas tão sentidas. Este é mais um daqueles textos que me deixam suspensa a pairar no ar. Obrigada. Um grande beijo. Adelaide
ResponderEliminarMais um quadro pintado com a ternura das suas palavras. Admiro a sua escrita amadurecida, desconheço a sua idade, pela escrita diria muita próxima da minha, mas pelos temas adivinho-a jovem madura. Seja como for mais importante que a cronologia é sem dúvida alguma a idade interior que não conhece tempo. Um abraço. Antero.
ResponderEliminarAmiga, senti que quase via os passos lentos mas firmes deste peregrino. Imaginei-o de sandálias gastas, quase descalço quando “vestiu as dores alheias, calçou os seus destinos”. Destinos de mágoas que o vão desgastando. Que lindo olhar que tens sobre as pessoas. Beijos, Amália
ResponderEliminarÉs uma caixinha de surpresas, cada vez que aqui venho fico admirada com o que escreves, com a assiduidade da publicação e a profundidade dos teus post.its. Chamas-lhe assim com humildade, mas se são pequenos na forma, são grandiosos no conteúdo.
ResponderEliminarGostava de conhecer a tua fonte inesgotável de inspiração. Cristalina, refrescante, reconfortante. Que cada um de nós (peregrinos) desta vida recebemos e retribuímos um pouco com muitos beijos e o desejo que nunca passes e que eternamente permaneças. Beijocas C.
ResponderEliminarQue beleza de peregrino. Tenho o sonho secreto de conseguir fazer essa caminhada, mas sinto que a minha coragem interior é pouca para quem abraça tal jornada. José
ResponderEliminarAdorei este peregrino, imaginei-o quase idêntico ao da foto. Senti-o profundo “cansado de um cansaço que nunca cansa”, Bjs A.
ResponderEliminarQue maravilha de texto. Rui
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