Nunca compreendi os adultos, nunca entendi as suas permanentes angústias, lutas e derrotas. Por isso jurei que quando crescesse nunca me iria tornar adulta. Já sinto os raciocínios a agitarem-se ao ler isto e a esboçarem um sorriso de reconhecimento entre esta minha decisão e a atitude dos adolescentes tardios de muitos adulto desta nossa geração. Mas não é esse o sentido que foi a minha decisão, porque sempre admiti a necessidade de se ser responsável, organizado, coerente, civilizado e humano nesta sociedade de comuns direitos e deveres.
Insurgi-me sobre o ser adulto na sua faceta egoísta de disputas vãs. De casamentos em que assinam um contrato sem aptidão para lhes respeitar os termos. Da educação que não conseguem passar aos filhos, valores que não lhes ensinam, talvez porque também não os conheçam. Das rivalidades nos empregos. Das quezílias entre vizinhos ou entre amigos que se revelam pouco amigos.
E sobretudo por perderem a capacidade de se surpreenderam, de se extasiarem com um pôr-do-sol, ou com aquela sensação de rolar na relva, de ficar deitada tentando adivinhar que figuras desenham as nuvens no céu, ou ainda de correr num imenso campo de girassóis.
Um dia, porque há sempre um dia, num momento em que somos obrigados a questionarmo-nos sobre o que nos tornámos, como temos crescido e agido, quando olhamos em redor e não gostamos da nossa realidade, da nossa vida. Recordamos, o que pensávamos sobre os adultos que nos antecederam. Que jurámos nunca imitar, nem seguir-lhes as pegadas. Afinal acabámos por “calçar-lhes os sapatos”. Não por admiração, mas porque não resistimos à tentação de nos acomodarmos e algures no nosso percurso de crescimento esquecemos as nossas promessas.
Numa tradução adaptada, recordo uma velha canção “Algures por baixo do arco-íris existe um lugar onde a felicidade pode habitar se te atreveres a sonhar”.
Que excelente ideia não crescer, continuar a fazer “asneiras” e ninguém nos levar a mal. Ok, agora à séria, tens razão crescemos e perdemos a inocência de acreditar. Bjs A.
ResponderEliminarNão cresças amiga, gosto de ti assim, com esse eterno sorriso, com a capacidade de te divertires com tudo o que te rodeia.
ResponderEliminarTão jovial, tão cheio de razão, levamos tanto tempo para “crescer” e depois sentimos saudade da criança que fomos pelo que perdemos da verdade que éramos. Amália
Ser adulto implica conviver com muitas coisas que o crescimento não nos ensinou a encarar, a cumprir. Assumimos compromissos mas nem sempre os podemos levar à letra, a verdade é que tentamos fazer o nosso melhor e que isso se prolongue nos nosso filhos, mas se a nossa aprendizagem não for a mais rica, a pobreza de conhecimentos vai ter reflexo neles. Nosso culpa e dos anteriores. O meu desejos é que cada geração deixe para o futuro uma geração melhor mais adultamente infantis.
ResponderEliminarTodas as idades têm o seu encanto, temos que aprender a transportar para a seguinte um pouco da anterior para não sermos totalmente adulto nem completamente crianças. Mário
ResponderEliminarQuanta verdade esta mensagem encerra, fez-me relembrar a doçura desses sentimentos que hoje reencontro nos meus netos. Tenho vontade de lhes dizer que não cresçam, que nunca percam a doçura dos seus sorrisos, da sua oferta tão franca. Mas a vida obriga-nos a crescer, e a ganhar amarguradas defesas. Um grande beijo. Adelaide
ResponderEliminarÉ difícil manter a ingenuidade, colocam-nos logo o rótulo de parvinhas. É muito giro mas ninguém valoriza a beleza duma pessoa pura, o mais certo é humilharem-na e passarem-lhe por cima.
ResponderEliminarNão querendo justificar, a sociedade é cruel, obriga-nos a armar defesas e a aprender formas de ataque para não sermos levadas por parvas, se não reajes há sempre alguém pronto a ficar com o teu lugar ao sol, entre palmadinhas nas costas.
ResponderEliminarMas tu continuas a não crescer, não estou a falar da altura, como tu dizes és condensada e não pequena. Mas és sobretudo jovial, divertida e franca de uma forma encantadoramente juvenil. Bj. Leonor
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