Pós-de-bem-querer
Pós-de-bem-querer para partilhar/oferecer: Pensamentos, histórias, aprendizagens.Tudo o que acontece quando se vive e se ama a vida!...
quarta-feira, 28 de dezembro de 2022
sexta-feira, 23 de dezembro de 2022
segunda-feira, 28 de novembro de 2022
A velha senhora
Já foi jovem, cheia de vivacidade, conheceu a vida e a vaidade.
Já teve a pele
esticada. Já amou e foi amada.
Com cabelos
cheios de sol luzidio, onde a neve um dia caiu.
Teve rios no
olhar, foram tantos, ninguém os viu.
As mãos cheias
de calor, o coração repleto de amor.
Pariu filhos,
ensinou-os a crescer, partiram, deixou de os ter.
Ofereceram-lhe
flores, algumas com duros espinhos.
Pintou doces sonhos,
palmilhou áridos caminhos.
Chata, rabugenta,
cada vez com menos memória.
Por vezes
triste, cada vez com menos história.
Agora
chamam-lhe a velha senhora.
Enxotam-na da
vida, indicam-lhe a estrada a fora.
Não que tenha
feito algo de errado.
Mas é para cada
um o espelho do futuro reservado.
sexta-feira, 18 de novembro de 2022
Post. Um olhar pela janela
O mundo tal como o vejo causa-me dor. Já não se sonha porque não se dorme. Já não se tem esperança a não ser quem é criança. O amor já não se dá em vez disso exige. E mesmo quem gosta de nós quer que sejamos aquilo que precisam. Já não há diálogo, mas muitos monólogos. Já não há a verdade comum, cada um tem a sua.
E as ruas em que cada um
prossegue são de sentido único, sabe-se lá para onde. Sabe-se lá de onde. Quem
me dera saber onde tudo perdeu o sentido. Onde ficou o coração perdido. Onde o
olhar ficou sem norte. E tudo se tornou uma fuga para a sorte. Quem me dera ir
ao encontro desse desencontro e quando lá chegar, criar raízes que o vento não
consegue arrancar.
Meto a chave na porta,
respiro o ar das paredes, o coração ameniza-se, cheguei ao meu lar. O cão salta
em meu redor, baixo-me, ele lambe-me o rosto. Há uma pureza, uma humildade nos
animais de estimação que nós, humanos, há muito perdemos.
O mundo continua a ser
feio com coisas belas. Cheio de portas fechadas e olhares a espreitar pelas
janelas.
segunda-feira, 14 de novembro de 2022
O que faz a guerra
Não são as armas que fazem a guerra,
Mas quem as
dispara.
Não são os
homens que fazem a guerra,
Mas os corações
magoados.
Não é ódio que
faz a guerra,
Mas a falta de
amor.
Não é o medo que
faz a guerra,
Mas a falta de
perdão.
sexta-feira, 4 de novembro de 2022
Post.it: Sou como sou
sexta-feira, 28 de outubro de 2022
Post.it: O surgimento da vida
Se tivesse que explicar o surgimento da vida.
Uma molécula
disse sim a outra molécula.
A abelha
conheceu a flor e fez dela o seu amor.
A andorinha
voou e por outra se encantou.
O João e a
Maria amaram-se mais ainda naquele dia.
O peixinho que
no mar nadou no amor mergulhou.
O canguru a
pular soube uma canguru conquistar.
A árvore e o
vento dançaram e as sementes desabrocharam.
O sol brilhou
para a lua e cada estrelinha a história continua.
O dia e a noite
cheios de saudade deram ao mundo a tarde.
A rocha e a
água numa maré cheia abraçados criaram a areia.
O rio ia triste
na sua viagem encontrou a alegria numa margem.
O mundo de tão
só, procura uma galáxia para dar o nó.
sexta-feira, 21 de outubro de 2022
Post.it: Palavras ao vento
Sejamos mais que um texto alinhado por uma fonética que vai muito além do som que se espalha pelo ar. É preciso que a viagem sonora encontre um lugar onde se aconchegar e ganhar solidez.
Já não me confortam as frases feitas, chega de clichés, basta de dizer só porque que é bonito!
Preciso acreditar. Preciso sentir. Preciso de encher o peito de um ar que aquece. Preciso que os dias ganhem sentido.
Preciso que o caminho seja mais do que chão. Preciso receber o pão a fumegar, que deixou de ser apenas farinha, água e fermento quando unido e amassado pelas mãos da verdade, pelo calor da solidariedade.
Preciso de preencher o vazio que me deixas quando me elogias com palavras que deitas fora logo a seguir. E eu fico sozinha sem saber quem sou em ti.
Por vezes, apetece-me gritar. Cala-te!
Talvez, só assim te consiga escutar. Vai-te embora!
Talvez, só assim, te consiga encontrar.
Depois, percebo que não és só tu que age assim e quedo-me triste.
sexta-feira, 14 de outubro de 2022
O mais necessário
A coisa mais fácil: errar
O maior obstáculo: o medo
O maior erro: desistir
A raiz de todos os males: a indiferença
A distracção mais bela: o sonho
A pior derrota: a desilusão
Os melhores professores: a natureza
A primeira necessidade: sorrir
A primeira necessidade: sorrir
O pior defeito: a intransigência
O pior sentimento: o rancor
O presente mais belo: o perdão
o mais imprescindível: a paz
A rota mais rápida: o caminhar
A sensação mais agradável: a tranquilidade
A maior protecção efectiva: o abraço
O maior remédio: o optimismo
A maior satisfação: o dever cumprido
A força mais potente do mundo: a fé
As pessoas mais necessárias: os que amamos
O que traz felicidade: fazer o bem
A pessoa mais perigosa: a fingida
A mais bela de todas as coisas: O AMOR!
sexta-feira, 7 de outubro de 2022
Post.it: Meditar
Tão
simples, tão difícil. Simples porque basta, sentar e ficar assim quieta, a
respirar. Difícil porque é difícil parar, sentir e ficar ali sem fazer nada,
quando o corpo nos quer fugir para outras tarefas, quando o pensamento se torna
um pássaro a querer voar para tantos outros lugares. Ficar calmamente ouvir o
bater do coração quando geralmente somos impulsionados pelo o tic tac do
relógio.
Assomam-nos
dúvidas, eternas perguntas; será que vale a pena, vai mudar algo em nós,
estaremos a fazer tudo da forma correta, para quê, porquê? Queremos respostas
rápidas, efeitos imediatos, precisamos sentir que resulta, necessitamos sempre
de certezas, caso contrário, desistimos. Chega de perder tempo. Esse tempo que
nos é sempre tão curto e rápido no seu passar.
Temos
de ser determinados, optar, decidir o que queremos, simplesmente, porque
queremos. Se nos sentámos, se decidimos meditar é porque algo nos leva a isso.
Porque o corpo nos pede, porque a mente cansada nos implora. E por isso, nem
que seja apenas por isso, devemos, sentar, ficar e meditar. Pode não ser uma
meditação prolongada, pode não ser muito relaxada, mas para uma primeira vez
devemos aceitar que valeu a pena. Amanhã será melhor, estamos a aprender,
estamos a começar. Devemos permitir-nos ser como crianças a dar os primeiros
passos e cada passo tem o sabor de vitória.
Afinal
investimos em nós, parámos para nos vermos como somos, demos atenção às nossas
necessidades. Fizemos algo por nós. Foram apenas 5 minutos, amanhã ficaremos
10. Hoje os nossos pensamentos foram irrequietos, amanhã iremos aquieta-los.
A
meditação tem diversas técnicas, começamos pela mais simples, sentar e
respirar. Tentar dar atenção ao ar que entra e sai dos pulmões. Fechamos os
olhos para observarmos apenas o movimento do corpo enquanto inspira e expira.
Mas podemos abrir os olhos olhar para um ponto fixo, se quiserem um pequeno
circulo que desenhamos numa página branca. Ou uma luz de vela, o seu movimento.
Deixar-nos
ir sem queremos controlar o que somos, sem determinarmos cada instante da nossa
vida. Parar, fazer uma pausa par nos sentirmos vivos, para nos sentirmos
humanos. Para constatarmos as nossas fragilidades e encontrar nelas a nossa
força.
quarta-feira, 28 de setembro de 2022
Pegadas
A morte bateu-me à porta, abri.
Deixei-a entrar.Sentou-se a meu
lado.
Falámos da sua
chegada.
Falámos da
minha partida.
Chorámos juntas
por outras vidas.
Todas as que já
me roubaste.
Fizemos silêncio
sem dizer uma à outra.
A saudade que
de cada uma de nós ficaria.
Lembranças
deixaremos algumas, talvez.
Mas isso que
importa, se depois de ti.
Fecha-se a derradeira
porta.
Espero que não
fique nada.
Para que a
ninguém eu doa.
Só a luz de
quem tudo perdoa.
Dou-lhe a mão,
caminhemos.
Por este último
caminho.
Sem deixar pegadas.
Porque a alma
me voa.
quarta-feira, 21 de setembro de 2022
Silêncio e tanto magoar
Vão-me nascendo silêncios.
A mágoa que vem
Já não é água
que vai.
Cresce a sombra
dos dias.
Cala-se-me a
voz
Dentro de nós
Ficamos sós.
Há um vento
Que tudo varre
para longe
E lá longe
fica.
Pesam-me as
mãos
Nos gestos que me
voavam.
Tudo era leve,
alegre,
Acredito que
feliz
Ou sonhei?
segunda-feira, 12 de setembro de 2022
Um sopro de vida
Toda a vida
Vou:
Amar,
Abraçar,
Sonhar,
Dar.
Toda a vida
Vou:
Ver,
Escolher,
Aprender,
Vencer.
Toda a vida
Serei:
Melhor,
Calor,
Vigor,
Esplendor.
Toda a vida
Serei:
Harmonia,
Alegria,
Fantasia,
Ousadia.
segunda-feira, 5 de setembro de 2022
Post.it: Férias na aldeia
Ali, para quem está de visita as horas parecem passar devagar, mas quem lá mora, o acordar cedo para tratar dos campos, a rega, o amanhar das terras, a recolha dos frutos. No final da tarde podiam por fim sentar-se no banco do largo onde a solitária, mas frondosa árvore lhes dava sombra e abrigo à amena cavaqueira.
Na paisagem surgiam as casas de xisto à moda antiga, umas de traça original, outras recuperadas, pelo meio, salpicando a paisagem novas arquiteturas vão permitindo identificar as casas dos emigrantes que trouxeram para a sua terra as inspirações internacionais.
Eu, citadina de todos os costados, fiquei desagradavelmente surpreendida, mas os galos cantam à noite? Questionei. Passaram-se os dias, e a “canja de galo que ameacei fazer” afinal não aconteceu.
Acabei por me habituar ao seu canto. Quando voltei para a cidade e para os seus sons habituais de indiferença e falta de respeito pelo descanso que uns manifestam pelos outros quando chegam de madrugada com os rádios em alto som, as conversas e as gargalhadas fora de horas, as buzinas madrugadoras.
De repente, dei por mim a pensar nas silenciosas 70 pessoas daquela distante aldeia. Na sua azafama, na sua solidão. E para grande surpresa minha, senti saudades do galo que todos os dias me despertava às 3 horas da manhã.
terça-feira, 26 de julho de 2022
Post.it: Férias
segunda-feira, 18 de julho de 2022
Post.it: A titulo da pandemia
Já pouco se fala da pandemia, outros assuntos ganharam relevância, a guerra na Ucrânia, os fogos neste quente verão, mas a pandemia permanece entre nós. Os nºs de infetados continuam elevados, mas para aclamar os temores dizem-nos que com sintomas muitos leves.
segunda-feira, 11 de julho de 2022
Post.it: Eis-me
sexta-feira, 1 de julho de 2022
segunda-feira, 27 de junho de 2022
São Pedro 2022
S. Pedro, Santo especial,
Dos santos populares.
Uma festa tão tradicional
Que entra pelos nossos
lares.
Enche-os de muito amor,
Enche-os de plena luz,
Que afasta toda a dor,
E á felicidade nos conduz.
Que a vida nos seja
primavera,
Colorida e sempre a
renascer.
Que se concretize cada
espera,
Na capacidade de tudo
vencer.
segunda-feira, 20 de junho de 2022
S. João 2022
Sem na data se atrasar,
Vem alegre para dançar,
Até a madrugada acordar.
Os milagres acontecem
Quando já ninguém os espera.
Para os que de ti não
desistem,
Sabem que não és uma
quimera.
Vem para a festa celebrar,
Vem encher-nos de alegria.
Para que cada começar,
Traga a paz de um novo dia.
segunda-feira, 6 de junho de 2022
Santo António 2022
Sto. António, meu santinho,
Santo da minha devoção.
Peço-te meu amiguinho,
Cuida do meu coração.
As sardinhas a assar,
Os manjericos a perfumar.
Já cheira a festa no ar,
E as marchas vão desfilar.
Do norte ao sul do país,
Todos te querem homenagear.
Tornas Portugal mais feliz,
quinta-feira, 19 de maio de 2022
Post.it: Sentada no sofá
quinta-feira, 12 de maio de 2022
Post.it: Metamorfoses do olhar
Tudo não passa de um tom da visão, um dom do sentir. Uma espécie de copo meio cheio ou meio vazio, depende da forma como o vemos, como o sentimos, como vivenciamos cada detalhe que nos é dado a viver.
Estamos em crescimento, aprendemos todos os dias, a cada instante
Estamos sempre em decrescimento, fazendo os nossos lutos sem panejamentos pretos, sem lágrimas, pelo menos não muitas, não visíveis.
Somos apenas a metamorfose da vida em voos que ensaiamos mas mesmo quando abrimos os braços, a maior parte de nós nunca chega a levantar os pés do chão. Talvez nos sonhos, quando a liberdade de sermos a leveza da nuvem nos eleva e faz ir para lugares onde o peso da existência carnal não nos prende mais.
O resto do tempo arrastamos a vida connosco, tentando vive-la nas suas marcas de cinzel e a pele lisa revela sulcos de uma mão que nos molda e nos confere um cansaço, uma tristeza onde já houve alegria.
São os desígnios de tantos dias, sol e chuva de muitos anos. Nomes que chamámos e outros, tantos que já esquecemos e que por eles fomos esquecidos.
Se esta ruga falasse, quanto de mim te diria...
Se este cabelo branco contasse quanta neve já lhe caiu como um manto de solidão, de vazio.
Claro que rimos, claro que nos emocionámos, que amámos cada primavera que nos nasceu no peito, que nos aconchegámos no calor corporal de cada inverno. Fomos felizes, somos felizes…
Porque amanhã, será um novo dia, para retomar velhos passos e encontrar o caminho para novos.
quinta-feira, 5 de maio de 2022
Post.it: Dia da língua portuguesa
Esta nossa língua portuguesa,
Que anda tão mal
tratada,
Está na nossa natureza,
Falar muito e não dizer
quase nada.
Mistura-se a lingual nacional,
Com a língua saxónica modernizada,
Acaba-se a falar cada
vez mais mal,
E o que se diz é uma
trapalhada.
Mas é chique para todos
exibir,
O domínio bilingue da
expressão.
Que para não chorar
temos de rir,
De tanta e indelicada
banalização.
A língua portuguesa vou
celebrar.
E em fidelidade quero
prometer.
Nunca a hei-de
abandonar.
Mesmo que menosprezem o
meu dizer.
É português a minha
língua pátria.
É o português que me
acompanha do berço.
E um povo que tudo
supera com alegria.
É a sua história e
raízes que não esqueço.
quinta-feira, 28 de abril de 2022
terça-feira, 19 de abril de 2022
25 de Abril 1974
Foi quando a liberdade nasceu,
Foi quando a democracia venceu,
Foi quando a coragem aconteceu,
Foi quando a viragem se deu.
Uma liberdade que já não murmuro,
Uma democracia que transpôs o muro,
Coragem que iluminou o que era escuro,
E uma viragem que se tornou o futuro.
A liberdade ganhou voz e expressão,
A democracia entrou em cada coração,
A coragem derrotou em todos a solidão,
E a viragem tornou-se o sim de cada
não.
Abril será sempre assim lembrado,
Foi quando se deu o primeiro passo.
O sonho que foi por fim conquistado,
Um nosso direito nesse dia alcançado.
segunda-feira, 11 de abril de 2022
segunda-feira, 28 de março de 2022
O infinito
Eu quero o infinito,
Um tempo sem hora,
No emudecer de um grito,
Em que só existe o agora.
E tudo no instante
acontece,
E se torna puro
pensamento,
A noite não dorme, nem o
dia amanhece,
Tudo são estrelas do
firmamento.
Nem a chuva cai,
Nem o vento sopra,
Nem na queda há um ai,
Que estrague a beleza da
obra.
Eu quero a eternidade,
Condensada num segundo,
Em que nos espreita a
felicidade,
Por um recanto do mundo.
segunda-feira, 21 de março de 2022
A paz da primavera
Quero flores,
Com risos de criança.
Quero amores,
Com abraços de esperança.
Quero sinos a cantar,
Canções de liberdade.
Quero pássaros a dançar,
Melodias de felicidade.
Quero o som do silêncio,
Sem sirenes de guerra.
Quero que a paz seja pousio,
Em cada coração que a espera.
Para que a primavera possa florir,
Para que o medo tenha fim.
Para que a dor possa partir,
E a vida seja um pacífico jardim.