Ninguém consegue perceber a dificuldade de ter nascido sem sentido de
orientação. Riem-se, duvidam que seja tanto assim, achavam que era uma forma de
preguiça. Cheguei a comprar um GPS, diga-se, que era tão trapalhão quanto eu.
De forma resoluta, pensei, não é defeito, mas a minha maneira de ser.
Resolvi vivê-la, senti-la e acarinhá-la.
Agora costumo dizer: Consigo perder-me
em qualquer caminho seja ele longo ou curto. Consigo perder-me em casa.
Consigo
perder-me no meu quarto.
Consigo perder-me dentro de mim.
Já me entristeceu,
mas então percebi, de tanto me perder, quem sabe um dia me encontre.
Sou assim, é a minha história de vida, é verdade que por vezes, não sei o
que fazer do que vivi, histórias que me contaram, histórias que escrevi, a
história do que sou.
Talvez as deite fora.
Para quê encher a vida de memórias
quando o futuro está à minha espera para o escrever? O que passou já não se
pode mudar.
O que está a acontecer é demasiado rápido para o fazer melhor.
Resta o que ainda acontecerá, tentarei fazer do amanhã um sorriso que valha
apena guardar e um caminho que me leve até onde conseguir ir.
Sem comentários:
Enviar um comentário