É assim
que silencio as minhas mágoas. Gritando palavras que não uso mas sinto e que de
tanto as calar sei bem que me minto.
Sei que guardo no peito este não sei quê
que me esconde do que sou. Sendo tanto, na verdade sou um pequeno nada desta
articulação a que chamamos mundo.
Esperei e nada veio. Lutei e nada conquistei.
Sei onde estou mas sei que verdadeiramente nunca cheguei.
Tentei ir mais além,
mas ele sempre me fugiu como um menino travesso que me chamava e depois não se
deixava apanhar. O sonho nunca chegou a ser verdadeiramente sonhado, quando
muito suspirado e depois para que doesse menos, sufocado num canto da alma,
envergonhado não sei se do desejo de o alcançar se do fracasso de o nunca ter
alcançado.
E depois de tantos caminhos, de escolhas, de quedas de onde me
reergui eis-me na verdade de mim.
Sou e serei sempre um projecto inacabado de
um bocejo da vida. Se um dia ela me olhar, nesse instante, morrerei de
felicidade.
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