A morte bateu-me à porta, abri.
Deixei-a entrar.Sentou-se a meu
lado.
Falámos da sua
chegada.
Falámos da
minha partida.
Chorámos juntas
por outras vidas.
Todas as que já
me roubaste.
Fizemos silêncio
sem dizer uma à outra.
A saudade que
de cada uma de nós ficaria.
Lembranças
deixaremos algumas, talvez.
Mas isso que
importa, se depois de ti.
Fecha-se a derradeira
porta.
Espero que não
fique nada.
Para que a
ninguém eu doa.
Só a luz de
quem tudo perdoa.
Dou-lhe a mão,
caminhemos.
Por este último
caminho.
Sem deixar pegadas.
Porque a alma
me voa.
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