Era para
nascer ponto mas começou a crescer, chamaram-lhe traço mas ele riu-se de quem o
diminuía e em crescendo, desenhou-se linha reta.
Ainda não se
lhe conhecia forma definitiva, mas com
passar dos anos começou a ganhar sinuosas curvas. Inspirado talvez por afetos,
por uma felicidade que agarrava como se fosse unicamente sua, tornou-se esboço de um caminho repleto de
histórias, saudosas memórias.
Entrou em
declive, murmuravam alguns, mas ele que
conhecia como ninguém a fórmula mágica do sentir, ganhava coragem e ascendia
contornando as dificuldades, vencendo as intempéries dos dias cinzentos,
curando as feridas, evitando outras e sorrindo, sorrindo sempre porque era
preciso enganar as emoções mais fortes
evitando assim a descrença nos verdadeiros sentimentos.
Nem sempre
foi fácil, mas o tempo revelou-lhe que não era impossível. Houve momentos…
Preferiu esquece-los e guardar apenas os que valia a pena guardar. Se não fosse
assim tinha-se tornado cúbico, árido, cheio de recantos sombrios.
Com o tempo ganhou
forma, descobriu a fórmula de existir sem desistir, sem parar, sem sucumbir. No
principio era um ponto, uma linha reta que encontrou a maneira de arredondar
cada aresta, cresceu, cresceu e encontrou o contorno perfeito de ser e de
partilhar a sua essência.
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